Explicando como vai funcionar:
Esse texto vai ser divido em três partes; cada uma para escrever um pouco sobre algumas das manifestações que eu acompanho: Chile, Caxemira e Hong Kong.
O intuito desse texto não é escrever sobre a falência do sistema neo-liberal (porque certamente eu não sou qualificado para tal) ou propor alguma solução, como se eu fosse algum ser iluminado pela razão. Pretendo apenas expor os fatos, compartilhar algumas imagens do caos implantado e te alarmar um pouco sobre os riscos do conflito entre a Índia e o Paquistão.
Chile:
A decisão de começar pelo Chile não foi nem um pouco difícil, porque, além de ser um dos nossos irmãos latinos, as semelhanças entre o Chile de 2019 e o Brasil de 2013 são quase inacreditáveis. No decorrer do texto vocês irão ver do que eu estou falando.
Precedentes:
Nesse momento, você já deve estar ciente que a eclosão das manifestações em Santiago se deram pelos exatos 30 pesos, uns 20 centavos, no aumento das passagens de transportes públicos (hm). Mas, quem não comia terra em 2013, lembra que nunca é pelos 20 centavos.
Agora eu preciso ser sincero e dizer que não fazia idéia* da situação social do Chile antes da pesquisa para fazer esse texto. Já que os indicadores macroeconômicos do país são os mais altos da América Latina, a crise social não é muito evidente. Para entender esse processo, a gente precisa dar uma olhada em outros indicadores.
A alta do custo de vida (hmm); as aposentadorias são insuficientes, a maioria não chega a um salário mínimo (hmmm); as universidades públicas não são de graça, causando o excesso de endividamento de estudantes; mesma coisa no setor da saúde pública; jornadas de trabalho de 45 horas por semana, maior que a do brasileiro. Tudo isso graças a ditadura do Pinochet e a desigualdade social monstruosa que o país tem.
Manifestantes provocaram danos em 78 estações e trens. A empresa estatal que administra o serviço do metrô avalia que o prejuízo deve chegar a mais de 300 milhões de dólares.
Agora eu preciso ser sincero e dizer que não fazia idéia* da situação social do Chile antes da pesquisa para fazer esse texto. Já que os indicadores macroeconômicos do país são os mais altos da América Latina, a crise social não é muito evidente. Para entender esse processo, a gente precisa dar uma olhada em outros indicadores.
A alta do custo de vida (hmm); as aposentadorias são insuficientes, a maioria não chega a um salário mínimo (hmmm); as universidades públicas não são de graça, causando o excesso de endividamento de estudantes; mesma coisa no setor da saúde pública; jornadas de trabalho de 45 horas por semana, maior que a do brasileiro. Tudo isso graças a ditadura do Pinochet e a desigualdade social monstruosa que o país tem.
Estopim:
As coisas iam mal, até que elas param de ir no dia 18/10, quando a revolta popular estourou. Agora uma estação de metrô que transportava diariamente 3 milhões de pessoas, se via contra uma multidão de manifestantes ensandecidos que forçaram a entrada sem pagar, vandalizaram a estação, enfrentaram os policiais, derrubaram portões e quebraram catracas.
Agora sob o lema: "O Chile acordou" (hmmmm) o povo se uni em um ato de rebeldia contra o governo. Mas junto disso vem também a repressão policial.
Então no Sábado, dia 19, o presidente declara Santiago em ESTADO DE EMERGÊNCIA, ou seja: com esse decreto o governo pode restringir o seu direito de locomoção e reunião. Mas até então o toque de recolher ainda não era cogitado, nas palavras do novo general: "No momento, não temos informações que nos obriguem a decretar o toque de recolher".
Mas enquanto isso o prédio de uma companhia elétrica que queria aumentar absurdamente os preços da energia queimava gloriosamente, sem nenhuma fatalidade:
O aumento da violência nos protestos fez o governo enviar tropas do Exército às ruas de partes de Santiago. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a ditadura do Pinochet.
Quase dez mil tropas do exército entram em ação no país. Defendendo pontos estratégicos como o metrô e linhas de abastecimento.
Depois de ver o caos em que o país estava mergulhado, o presidente resolveu ceder e voltar atrás na decisão de aumentar a passagem. O que depois ele descobriria que é muito pouco. O povo não estava na rua por causa dos 20 centavos que ele queria devolver. Eles estavam por uma vida digna. Os protestos tem de continuar!
O aumento da violência nos protestos fez o governo enviar tropas do Exército às ruas de partes de Santiago. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a ditadura do Pinochet.
Quase dez mil tropas do exército entram em ação no país. Defendendo pontos estratégicos como o metrô e linhas de abastecimento.
Depois de ver o caos em que o país estava mergulhado, o presidente resolveu ceder e voltar atrás na decisão de aumentar a passagem. O que depois ele descobriria que é muito pouco. O povo não estava na rua por causa dos 20 centavos que ele queria devolver. Eles estavam por uma vida digna. Os protestos tem de continuar!
Apontando mais uma semelhança, como no Brasil, os protestos não tem um líder, um partido político se beneficiando da situação ou até mesmo uma lista concreta de demandas. Esse parece ser mais um daqueles levantes contra um sistema econômico do que qualquer outra coisa.
Tem uma questão: todo esse assunto, na data em que escrevo, 24/10, ainda é inconclusivo. Não temos desfecho e nem uma previsão de quando tudo isso vai se encerrar. Mas eu tenho algumas palavras para dar.
Se você conversou comigo nesses últimos dias, talvez tenha me ouvido falar sobre como eu gosto de protestos. Isso porque a liberdade ela nunca vêm do opressor, ela é sempre conquistada pelo oprimido. E se uma lei é injusta, o seu dever é se levantar contra ela! Caso eles tenham tanques de guerra nas ruas, a liberdade voa dentro de um coquetel molotov.
Atualização
Devido ao total despreparo que tive durante o processo de atualização desse texto, eu o encerro aqui. Mas fiquem com essas fotos do Natal no Chile:
Como um caro e humilde leitor tenho a total consciência de que seu texto possui uma magnitude descrepante. Agora tenho um canal em que posso adquirir informações diversas, isso mesmo, no blog do mano Arthur, muito foda o texto, estou no aguardo pela continuação. Forte abraço do humilde Th
ResponderExcluirSe você fosse o Mestre, com certeza seria um ser iluminado pela razão.
ResponderExcluirEngraçado você dizer isso... porque eu estava vendo a comparação de pontos no Dishonored 2.
ExcluirArthur, você é digno de um Oscar... Niemeyer. Texto incrível, adorei o desfecho que você utilizou associando ao título usado. Parabéns pela credibilidade formalizada dentro de seu manifesto, serve para corrigir seres pífios!
ResponderExcluir-Franc
Espero que essa citação ao Oscar Niemeyer não seja pelo fato dele ser comunista.
ExcluirGostaria de expressar meus elogios ao seu trabalho e dizer que o estou recomendando em minha derivada lista de contatos e meu ciclo de amigos. Um grande abraço do Sigmaringa
ResponderExcluirSeu texto está incrível, sensacional, perfeito. Espero que continue escrevendo, você tem talento.
ResponderExcluirBjs Carol